A Síndrome Premenstrual pode afetar gravemente a vida da mulher. Alguns de seus sintomas são: desconfortos físicos como sensibilidade nos seios, dores de cabeça, musculares e apetite excessivo, além de sintomas emocionais como irritabilidade, vontade de chorar ou falta de energia.
A Síndrome Premenstrual (SPM) é uma condição de que se tem referência há mais de 2.500 anos. Apesar de ser considerada algo comum e amplamente reconhecido socialmente, as próprias mulheres têm aceitado como normal e, até recentemente, a comunidade científica também não lhe deu a devida atenção.
Definição
A SPM é um distúrbio recorrente
do ciclo menstrual da mulher, composto por uma série de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais com intensidade suficiente para alterar, em maior ou menor grau, a vida de quem a sofre.
De forma mais simples,
as mulheres a definem como "uma situação de vulnerabilidade emocional onde você deseja desaparecer, por irritação ou tristeza, e ninguém entende. Como uma deficiência irritante que te faz sofrer"; é um problema que aflige as mulheres e que é difícil de se integrar na dinâmica de sua vida.
Seus sintomas surgem na segunda fase do ciclo (fase lútea) e se aliviam significativamente com a chegada da menstruação. Muitas mulheres a experimentam, com diferentes graus de intensidade. De acordo com isso e o nível de interferência no dia a dia, existem diferentes graus de manifestação.
A forma mais leve ocorre quando as mulheres experimentam apenas alguns sintomas de maneira não muito pronunciada, o que acontece com 80% das mulheres; nas formas moderadas a graves, que afetam entre 8 e 32% delas, a sintomatologia incapacita a mulher para atividades físicas, de trabalho, familiares, profissionais ou sociais normais; e na forma mais grave, o denominado Transtorno Disfórico Premenstrual (TDPM), que atinge entre 3 e 8% das mulheres. Essa forma grave é caracterizada por um predominância de sintomas psicológicos e comportamentais, e está incluída na classificação internacional das doenças mentais. Como destaca o doutor Campos, esse quadro é muitas vezes mais conhecido pelos psiquiatras do que pelos ginecologistas, apesar de sua clara relação com os hormônios do ciclo menstrual.
Sintomas frequentes
A causa da síndrome premenstrual não é totalmente clara, embora tenha relação com os hormônios femininos (estrógenos e progesterona), em interação com processos neurológicos mediados por neurotransmissores. Também foi associada a maior retenção de água e íons, além de fatores emocionais, psicoafetivos ou psicológicos. Possivelmente, também influenciam fatores genéticos e hereditários. Quanto à clínica, esse distúrbio apresenta, como dito, uma série de sintomas físicos e outros psicológicos e comportamentais, o que o torna um quadro extremamente complexo e variado.
Não procuram o médico
No entanto, apesar do impacto na vida social e pessoal da mulher, geralmente essa sintomatologia é aceita como normal, e a mulher não consulta um médico. Em uma pesquisa realizada no nosso país, 80% das mulheres com sintomas pré-menstruais afirmaram nunca ter consultado um médico sobre os sintomas que apresentam.
Em relação ao diagnóstico, alguns especialistas destacam que este é baseado no relato da mulher e na coleta dos seus sintomas, ao menos em dois ciclos diferentes. Assim, observam que “é característico que esses sintomas apareçam na segunda fase do ciclo (fase lútea) e desapareçam na primeira fase (fase folicular)”.
Para medir a evolução da síndrome premenstrual com os diversos tratamentos, os especialistas utilizam outros instrumentos de medida, como o chamado "registro diário da gravidade dos problemas" ou DRSP, que coleta a evolução de onze sintomas e três repercussões na vida da mulher, permitindo ao médico verificar se a síndrome melhora, piora ou permanece.
Tratamento
Quanto ao tratamento, a pesquisa revela que os medicamentos mais usados pelas mulheres que consultam o médico para aliviar esses sintomas são os anticoncepcionais hormonais (57% dos casos), seguidos de analgésicos (53,3%) e remédios caseiros ou naturais (4,1%).
Especificamente, os medicamentos mais utilizados são os agentes psicotrópicos e os compostos hormonais. Entre os primeiros, os únicos indicados para o tratamento dessa síndrome são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), medicamentos comumente usados no tratamento da depressão, como fluoxetina, paroxetina ou sertralina. Esses medicamentos estão indicados para mulheres com síndrome premenstrual grave que não necessitam de anticoncepção.