Os infartos avisam

Os sintomas de um ataque cardíaco podem aparecer até semanas antes do início do ataque. Preste atenção aos sinais que seu coração envia, especialmente se você tiver um ou mais fatores de risco. Isso pode depender da sua vida.

Um ataque cardíaco ocorre quando o tecido de um órgão morre no corpo. É causado por um bloqueio em uma veia ou artéria que impede que o sangue chegue a esse órgão, o que aumenta a pressão arterial e provoca o ataque. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, sendo comuns no cérebro, intestinos e rins. No entanto, é mais comum no coração, sendo conhecido como infarto agudo do miocárdio. É a principal causa de morte de homens e mulheres em todo o mundo.
Os principais riscos que predispoem a um ataque cardíaco são pressão arterial alta, arteriosclerose ou outras doenças coronárias, histórico de angina, um ataque anterior ou arritmias cardíacas. Hábitos como fumar, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e gorduras, a falta de exercícios e o estresse elevado aumentam a probabilidade de um ataque cardíaco. A idade também afeta. É mais comum em homens com mais de 40 anos e mulheres com mais de 50. E se a pessoa tiver sobrepeso, obesidade ou diabetes, o risco se multiplica.
As personalidades agressivas, violentas e hostis são mais suscetíveis às doenças coronárias agudas, pois o sistema nervoso central libera neurotransmissores intensos que podem elevar a pressão arterial e provocar a ruptura e o bloqueio das artérias. Um infarto do miocárdio é uma emergência médica que deve ser corrigida imediatamente, já que na maioria dos casos há atividade elétrica no coração, cuja falha pode ser revertida com desfibrilação precoce. O prognóstico vital de um paciente com ataque cardíaco depende da extensão do infarto (ou seja, da quantidade de músculos cardíacos afetados pela falta de suprimento sanguíneo) e da rapidez do tratamento. A maioria das pessoas que sobrevivem duas horas após o ataque sobreviverão.
Antes de sofrer um infarto, pelo menos metade das pessoas apresenta algum sintoma que confunde com um problema gástrico ou uma dor muscular. O infarto nem sempre ocorre durante uma atividade física, esforço ou estado emocional alterado; três de cada dez pessoas sofrem infartos enquanto estão tranquilas. O aparecimento dos sintomas do infarto do miocárdio ocorre gradualmente, ao longo de vários minutos, e raramente de forma instantânea. Conhecer os sintomas pode fazer a diferença entre a vida e a morte:

- Dor no pescoço, costas e mandíbula: Esse sintoma pode incluir dor ou desconforto em um ou ambos os braços, costas, ombros, pescoço, mandíbula ou parte superior do estômago (não abaixo do umbigo). Esse sintoma é mais comum em mulheres do que em homens.

- Dor no peito: A maioria dos infartos é acompanhada por dor no peito ou pressão intensa no lado esquerdo do tórax. Essa dor é conhecida como angina do peito e geralmente não dura mais que alguns minutos, ou vai e vem. Pode até ser confundida com uma doença gástrica, devido à sensação de azia ou indigestão.
- Suor frio: O suor frio inexplicável ou excessivo pode ser sinal de um infarto.
- Fadiga incomum: Cansaço ou falta de energia repentina ou incomum é um dos sintomas mais comuns de infarto em mulheres, e um dos mais fáceis de ignorar. Pode surgir de forma repentina ou durar dias, até um mês antes de ocorrer o ataque. Mais da metade das mulheres que sofrem um infarto experimentam cansaço muscular, fraqueza ou sonolência que não estão relacionados ao exercício.

- Falta intensa de ar: A falta de ar pode começar antes ou ao mesmo tempo que a dor ou desconforto no peito, e pode ser o único sintoma. Geralmente aparece repentinamente, mesmo estando em repouso.
- Tontura ou vertigem: A maioria dos infartos não faz com que a pessoa desmaie imediatamente, isso ocorre apenas nos casos mais graves. Em vez disso, a pessoa pode sentir tontura ou vertigem. Em 10% dos casos, esse é o único sintoma.
- Sem sintomas: Um quarto dos infartos do miocárdio são silenciosos, ou seja, ocorrem sem dor no peito ou outros sintomas. Esses infartos costumam ser descobertos mais tarde, quando o paciente faz um eletrocardiograma, e são mais comuns em idosos, pacientes com diabetes e após um transplante de coração, porque o coração doado pode não estar conectado aos nervos do paciente receptor.

- Náuseas ou vômitos: As mulheres têm o dobro de chances de experienciar náuseas, vômitos ou indigestão durante um infarto.

Atendimento urgente
Como mencionado anteriormente, quanto mais cedo a pessoa buscar atendimento de emergência, maiores serão as chances de sobrevivência. Em uma emergência, é realizado um eletrocardiograma para determinar se é realmente um infarto do miocárdio, e o tratamento com oxigênio e medicamentos é iniciado para ajudar a restabelecer o fluxo sanguíneo e aliviar a dor. Para a dor, são usados medicamentos fortes como morfina ou nitroglicerina, cujo efeito é reduzir a demanda de oxigênio do músculo cardíaco, fazendo a dor diminuir. Para restaurar o fluxo sanguíneo, são administrados anticoagulantes e agentes antiplaquetários (que evitam que as plaquetas se unam), para reduzir a formação de trombos, que obstruem a artéria coronária e causam o ataque cardíaco, e para evitar a formação de coágulos adicionais.
Paralelamente, é realizado um procedimento para abrir o vaso obstruído e permitir que o sangue flua novamente para a área afetada do coração. A angioplastia pode ser realizada inserindo um cateter através de uma artéria (geralmente a artéria radial no pulso) até a artéria bloqueada. Assim que o ponto de bloqueio é alcançado, um balão é inflado sobre a artéria obstruída ou dispositivos metálicos chamados stents são inseridos. Estes são pequenos dispositivos que são expandidos para manter a artéria aberta e restabelecer o fluxo sanguíneo.
Raramente, é possível realizar cirurgias de emergência durante um ataque cardíaco. Conhecida como cirurgia de revascularização, consiste em criar um desvio na artéria obstruída com outros vasos para permitir o fluxo sanguíneo.